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5 Doces Típicos Portugueses

Lucas Nunes

Portugal é famoso por sua rica e variada doçaria, influenciada pela tradição conventual e ingredientes locais. Aqui estão alguns dos doces portugueses mais famosos: Pastel de Nata O pastel de nata é uma especialidade da doçaria portuguesa que conquistou o paladar de pessoas ao redor do mundo. Este doce tradicional é originário de Lisboa, mais precisamente do bairro de Belém, onde os famosos "Pastéis de Belém" são produzidos desde 1837. Os pastéis de nata foram criados por monges católicos no Mosteiro dos Jerónimos, em Belém, Lisboa. Durante essa época, muitos mosteiros e conventos em Portugal usavam grandes quantidades de claras de ovo para engomar roupas religiosas (como os hábitos das freiras), sobrando uma quantidade significativa de gemas. Para evitar desperdícios, os monges e freiras começaram a usar as gemas na confeitaria, criando várias receitas doces, incluindo os pastéis de nata. Após a Revolução Liberal de 1820, muitos mosteiros e conventos foram fechados em Portugal, e os monges e freiras começaram a procurar formas alternativas de sustento. Foi então que um dos monges do Mosteiro dos Jerónimos começou a vender os pastéis de nata numa pequena loja ao lado do mosteiro, em Belém. Em 1837, essa loja se transformou na famosa "Fábrica dos Pastéis de Belém", que ainda hoje é conhecida por produzir os autênticos pastéis de Belém, feitos segundo a receita original, mantida em segredo. Ao longo dos anos, a receita dos pastéis de nata foi disseminada e adaptada por todo o país e além. Em Portugal, eles são encontrados em praticamente todas as pastelarias e cafés, enquanto no exterior, ganharam popularidade em países com grandes comunidades portuguesas, como Brasil, Canadá, Estados Unidos e até na Ásia. Os pastéis de nata têm sido amplamente reconhecidos e celebrados como uma das delícias gastronômicas de Portugal. Em 2009, o jornal britânico The Guardian elegeu o pastel de nata como uma das 50 melhores iguarias do mundo. Em 2011, a receita dos pastéis de Belém foi considerada uma das 7 Maravilhas da Gastronomia Portuguesa. Os pastéis de nata são mais do que um simples doce, são um símbolo da cultura e tradição portuguesa. Turistas de todo o mundo visitam Lisboa especificamente para provar o famoso pastel de nata de Belém, e a popularidade global do doce continua a crescer, com muitas padarias e confeiteiras internacionais tentando replicar a receita. Hoje em dia, apesar de muitos ainda preferirem a receita tradicional, há inúmeras variações e inovações. Chefs e confeiteiros modernos experimentam diferentes ingredientes e sabores, como pastéis de nata com chocolate, maçã, ou mesmo versões veganas, para atender aos gostos e preferências atuais.

Patel de Nata Travesseiros de Sintra Os travesseiros de Sintra são uma iguaria que carrega uma rica história ligada à vila de Sintra, um local de grande valor histórico e cultural em Portugal. A sua criação e evolução estão intimamente ligadas à famosa Casa Piriquita. A Casa Piriquita foi fundada em 1862 por Constância Gomes e seu marido, ambos conhecidos pelo apelido "Piriquita", dado pelo Rei D. Carlos I, que apreciava as queijadas produzidas por Constância. Inicialmente, a Casa Piriquita tornou-se famosa pelas queijadas de Sintra, um doce também muito apreciado na região. Foi apenas no século XX, já sob a gestão dos descendentes de Constância Gomes, que os travesseiros de Sintra foram introduzidos. A criação dos travesseiros é creditada à segunda geração da família, que procurava inovar e diversificar a oferta de doces da Casa Piriquita.

O nome "travesseiro" deriva da sua forma característica, que lembra um pequeno travesseiro ou almofada. O doce é feito com uma massa folhada finíssima, recheada com um creme à base de amêndoas e ovos, ingredientes típicos da doçaria conventual portuguesa. A receita original dos travesseiros é um segredo bem guardado pela família proprietária da Casa Piriquita. A preparação e os ingredientes exatos são passados de geração em geração, garantindo que a autenticidade e a qualidade do doce se mantenham intactas. Este segredo é parte do charme e do mistério que cerca os travesseiros de Sintra, fazendo com que muitos tentem replicar a receita sem conseguir igualar o sabor e a textura únicos dos originais. Com o tempo, os travesseiros de Sintra ganharam notoriedade não só entre os locais, mas também entre turistas que visitam a vila. A Casa Piriquita tornou-se um ponto de paragem obrigatória para quem visita Sintra, com filas muitas vezes estendendo-se pela rua à espera de provar os famosos doces. Embora a Casa Piriquita mantenha a receita original como um segredo de família, a popularidade dos travesseiros inspirou outras pastelarias a criar suas próprias versões. Essas variações mantêm a essência do doce, mas cada uma com um toque particular, refletindo a diversidade e a criatividade da pastelaria portuguesa.

Travesseiros de Sintra Ovos moles de Aveiro Os Ovos Moles de Aveiro são um doce emblemático da doçaria conventual portuguesa, com uma história que remonta aos tempos em que os conventos e mosteiros estavam no auge da sua influência cultural e gastronômica em Portugal. A origem dos Ovos Moles está ligada ao Convento de Jesus de Aveiro, fundado no século XV. As freiras do convento utilizavam grandes quantidades de claras de ovo para engomar os seus hábitos e também para clarificar vinhos. Esta prática resultava em uma abundância de gemas de ovo, que não podiam ser desperdiçadas. Para aproveitar estas gemas, as freiras começaram a criar uma variedade de doces, usando as técnicas de confeitaria que hoje são conhecidas como doçaria conventual. Os Ovos Moles são um dos resultados mais famosos desta criatividade culinária. Em 1834, a extinção das ordens religiosas em Portugal, decretada pelo governo liberal, forçou o fechamento de muitos conventos e mosteiros. As freiras, que perderam seus meios de subsistência, começaram a vender os doces que produziam para sobreviver. Foi nesse contexto que os Ovos Moles de Aveiro começaram a ganhar popularidade fora dos muros do convento. Após a saída das freiras do Convento de Jesus, a produção de Ovos Moles foi continuada por confeiteiras locais, que preservaram a receita original. A comercialização deste doce expandiu-se rapidamente, e os Ovos Moles tornaram-se uma das iguarias mais procuradas da região de Aveiro. A forma de servir os Ovos Moles também é bastante tradicional: o doce é colocado em pequenos recipientes de madeira chamados barricas ou é envolto em hóstias moldadas em formas marítimas, como conchas e peixes, refletindo a ligação de Aveiro com o mar. Em 2006, os Ovos Moles de Aveiro receberam a certificação de Indicação Geográfica Protegida (IGP) pela União Europeia. Este reconhecimento garante que apenas os doces produzidos na região de Aveiro, seguindo a receita tradicional, podem ser comercializados com o nome de Ovos Moles de Aveiro. A certificação IGP assegura a autenticidade e a qualidade do produto, protegendo-o de imitações. Os Ovos Moles de Aveiro são mais do que um simples doce; eles são uma parte importante da identidade cultural e gastronômica de Aveiro. A sua história está profundamente enraizada na tradição conventual, e a sua preservação e popularidade ao longo dos anos são testemunhos da riqueza da herança culinária portuguesa. Hoje, os Ovos Moles continuam a ser uma atração turística e um presente popular entre visitantes. Confeiteiros locais e chefs renomados frequentemente experimentam novas formas de incorporar Ovos Moles em outras sobremesas, mantendo viva a tradição enquanto exploram novas possibilidades culinárias.

Ovos moles de Aveiro Pão de Ló O Pão de Ló é um dos bolos mais antigos e emblemáticos da doçaria portuguesa, com uma história rica que remonta aos séculos XVI e XVII. Este bolo, conhecido por sua textura leve e esponjosa, tornou-se um símbolo da confeitaria portuguesa e é apreciado em várias ocasiões festivas e religiosas. A origem do Pão de Ló está envolta em lendas e tradições, mas acredita-se que o bolo tenha sido criado em conventos e mosteiros portugueses, onde a arte da confeitaria era altamente desenvolvida. O nome "Pão de Ló" deriva da palavra espanhola "bizcocho" e da palavra francesa "génoise", ambas referindo-se a bolos leves e arejados. Durante o período da expansão marítima portuguesa, os ingredientes exóticos como o açúcar, que se tornava cada vez mais acessível devido às colônias portuguesas, começaram a ser incorporados na doçaria conventual. O Pão de Ló foi uma das muitas receitas que se beneficiaram desta abundância de açúcar, tornando-se um bolo mais doce e refinado. O Pão de Ló tornou-se um elemento essencial das celebrações religiosas e festividades em Portugal, especialmente na Páscoa e no Natal. A simplicidade dos ingredientes - ovos, açúcar e farinha - combinada com a técnica de bater bem os ovos para incorporar ar, resulta em um bolo leve e arejado que é apreciado por todos.

Pão de Ló Fios de Ovos Os Fios de Ovos são uma iguaria delicada e elegante da doçaria portuguesa, conhecida pelo seu sabor doce e pela aparência fina e delicada. Esta especialidade, que consiste em fios finos e dourados de ovos cozidos em calda de açúcar, tem uma história que remonta à rica tradição da doçaria conventual em Portugal. Os Fios de Ovos têm origem nos conventos e mosteiros portugueses, onde as freiras desenvolveram técnicas sofisticadas para aproveitar os ingredientes disponíveis, especialmente ovos e açúcar. Durante séculos, as ordens religiosas eram grandes produtoras de ovos, uma vez que estes eram usados tanto na alimentação como em processos de clarificação de vinhos. Com o excesso de gemas resultantes do uso das claras, as freiras criaram diversas sobremesas à base de gemas, como os tradicionais doces de ovos. Os Fios de Ovos destacam-se por serem uma das formas mais elegantes de aproveitar as gemas: estas são cuidadosamente peneiradas em fios finos sobre uma calda de açúcar quente, formando delicados fios dourados. A preparação dos Fios de Ovos exige habilidade e precisão para garantir que os fios sejam finos e uniformes. A calda de açúcar deve ser cozida até atingir o ponto ideal de fio, para que os fios de gemas possam ser delicadamente vertidos sobre ela. Este processo é repetido várias vezes até que a calda esteja completamente saturada de gemas, resultando em uma sobremesa doce, perfumada e visualmente impressionante. Os Fios de Ovos são frequentemente utilizados para decorar outras sobremesas, como o Pão de Ló, os bolos conventuais e as trouxas de ovos. A sua presença em festas e celebrações, especialmente em ocasiões festivas como casamentos, baptizados e Páscoa, destaca o seu valor como um símbolo de festividade e requinte na gastronomia portuguesa. Ao longo dos anos, os Fios de Ovos evoluíram e adaptaram-se às preferências locais e técnicas de confeitaria. Em algumas regiões, podem ser encontradas variações como fios de ovos aromatizados com especiarias ou frutas cítricas, adicionando novas camadas de sabor à sobremesa clássica. Os Fios de Ovos, juntamente com outros doces conventuais portugueses, foram reconhecidos e valorizados como parte do património cultural de Portugal. A sua delicadeza e complexidade técnica destacam a habilidade artesanal das freiras que os criaram, preservando assim uma tradição culinária que perdura até aos dias de hoje.

Fios de Ovos Esses doces refletem a herança culinária de Portugal, com influências das tradições e ingredientes regionais que tornam cada um deles único. E sempre que quiser lembre-se que pode fazer essas visitas comigo! É só reservar no botão abaixo.


 
 
 

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